
Iniciei o trajeto da Estrada Real em Ouro Preto no dia 28/09, logo cedo, por volta das 6 horas da manhã. O dia prometia ser duro pois a distância planejada era de mais de 100 quilômetros.

O trecho inicial, uma subida de aproximadamente 6,5 km, metade por estrada asfaltada e outra parte por uma estrada de terra com muito pó em função do tempo muito seco, me levou até o topo da Serra de Amolar, a aproximadamente 300 metros acima da altitude de Ouro Preto. Neste ponto, existem duas opções, seguir pela estrada de terra ou pela Trilha do Chafariz ou Trilha Imperial. Analisando a topografia e o aplicativo da Estrada Real, parecia mais interessante seguir pela trilha, ao invés da estrada. Engano meu.
A trilha na realidade é uma picada no meio do mato, com pouquíssimos atrativos, a não ser a vista da serra, mas muito esburacada e com trechos em que não era possível pedalar. Foi um trecho relativamente curto, 20 km, que levei 3 horas para vencer. Apesar das indicações do Chafariz Dom Rodrigo, não recomendo seguir por este caminho, não vale a pena.


Cheguei a São Bartolomeu por volta das 11hs, 4 horas após ter saído de Ouro Preto e com ainda mais de 80 km para alcançar o objetivo do dia. São Bartolomeu é um pequeno vilarejo criado pela carta régia de 1724 e foi fundado pelos bandeirantes às margens do rio das Velhas.


Segui o trajeto em direção à Cachoeira do Campo por mais 16 km e encarei outra subida, de aproximadamente 250 metros. Cachoeira do Campo é o maior distrito de Ouro Preto e surgiu entre os anos de 1674 e 1675 pelas mãos de Fernão Dias Paes. Foi lá que se iniciou a Guerra dos Emboabas, em 1708.


O distrito possui algumas capelas, entre elas a Capela do Senhor dos Passos, de 1761, e diversas igrejas, sendo a mais importante a Igreja Matriz de Nossa Senhora de Nazaré, construída na primeira metade do século 18, além da Igreja de Nossa Senhora das Mercês, construída na primeira década de 1900.
Segui o caminho em direção a Santo Antonio do Leite, não muito distante. Também distrito de Ouro Preto, nasceu na mesma época da Guerra dos Emboabas. Continuando a viagem por estradas de terra com muitas pedras soltas e buracos, cheguei a Miguel Burnier por volta das 18:45hs.


Preocupado com a escuridão, a qualidade das estradas e a quantidade de caminhões em função das operações de mineração na região, resolvi procurar uma carona para ir ao meu destino, pois ainda faltavam muitos quilômetros. O aplicativo da Estrada Real me indicou uma mercearia, o Empopelário Burnier, onde eu deveria carimbar o meu passaporte. Fui super bem recebido pela dona Vanda e seu marido que me indicaram o dono de uma perua Kombi que eu tinha visto no caminho, quando entrei na cidade, e foi com ela que cheguei a São Brás do Suaçuí, depois de passar por Congonhas para sacar o dinheiro e pagar o motorista. Cheguei ao destino por volta das 21 horas.