19/04/2023 – Décimo Segundo dia
No último dia, acordei bem cedo e antes mesmo de seguir viagem para Santiago, após o café da manhã no hotel, pedalei uns 3 km até a igreja de San Salvador de Vilar de Donas, em um vilarejo próximo de Lestedo. A igreja, construída em 1224 em estilo românico galego possui uma linda fachada e um belíssimo portal com cinco arcos e motivos geométricos, plantas e lindas rosetas. Infelizmente neste horário estava fechada, mas o interior é muito bonito e tem diversas pinturas góticas que decoram o altar principal.
Faltando aproximadamente 70km para chegar a Santiago, segui viagem passando por Palas de Rey, Leboreiro, Melide, onde atravessei a ponte de San Juan de Furelos, uma ponte medieval construída no século XII e que cruza o rio Furelos.
Atravessando Melide, passei por algumas igrejas, sendo a mais emblemática a de Santa Maria de Melide, um templo românico de nave única com pinturas renascentistas em seu altar, um dos poucos altares românicos galegos que ainda restam, e uma imagem da Virgen de las Nieves, padroeira da paróquia.
Daqui em diante o caminho segue por trechos de terra em leve declive em direção a Santiago, passando por Boente, Ribadiso, Arzúa, El Pino, Lavacolla, até iniciar a subida para o Monte do Gozo, de onde se pode pela primeira vez avistar a cidade e as torres da Catedral.
Agora já faltam pouco mais de 4 km para se chegar à praça do Obradoiro. Após cruzar por cima da Autoestrada, iniciei uma leve descida no sentido do centro histórico até alcançar a rua das Casas Reais que leva à praça de Cervantes, praça da Imaculada, em frente à Hospedaria de San Martin Pinário, onde mais tarde eu voltaria para devolver a bicicleta, chegando finalmente à praça do Obradoiro em frente à Catedral.
A praça estava cheia de peregrinos de todas as nacionalidades, sentados no chão, tirando fotos, para finalmente comemorar a conclusão do Caminho.
Aqui me hospedei no Parador de Santiago de Compostela, localizado bem em frente à praça, num prédio histórico também conhecido como Hostal dos Reis Católicos, considerado o hotel mais antigo da Espanha.
Mais tarde fui à Oficina do Peregrino (Rua das Carretas, 33) e com a minha credencial e seus mais diversos carimbos obtidos ao longo do trajeto para pegar tanto a Compostela quanto o certificado da distância percorrida.
