15/09/2023 – Sétimo e último dia
Acordei cedo pois tinha uma reunião virtual pela manhã. Saí de Campos por volta do meio-dia em direção à Aparecida. Apesar de ter ouvido que as condições da estrada das pedrinhas, que começa próxima à entrada do horto florestal de Campos e desce até Guaratinguetá e Potim, não era ideal em função de ser muito acidentada e ter muitas pedras soltas na pista, preferi seguir por este caminho ao invés de ir pelo asfalto e descer a serra de Campos.
De Campos até o início da estrada das pedrinhas são aproximadamente 15 km de asfalto, um caminho muito tranquilo, com uma subida não muito longa logo no início, de lá em diante muito plana.


Apesar da
minha visão de que uma estrada que ligasse Campos do Jordão à Aparecida deveria
ser uma excelente descida, no início ainda tive que subir aproximadamente 700
metros, até 1950 metros de altitude, para começar a descer a serra. No alto da
serra está o Mirante do Pau Arcado, com uma vista deslumbrante.
No início da descida tive um problema com um dos meus alforjes que enroscou nos aros da roda traseira da bicicleta fazendo com que eu tivesse que parar para ajustar. O problema é que, com o chacoalhar da bicicleta nos buracos da estrada, eles batiam na roda e nos discos de freio dificultando pedalar.
Na medida em que eu lidava com esse problema, tendo em mente que o pior da estrada ainda estava por vir em função da descida acentuada, fiquei imaginando que a solução seria encontrar alguém que pudesse levar os meus alforjes até Aparecida. Neste momento duas das caminhonetes do grupo de Casa Branca passaram por mim e eu pensei que poderia ter pedido a eles para levar a minha bagagem. Como eram 10 carros, fiquei atento até que o próximo carro se aproximasse. Assim que o carro seguinte se aproximou fiz sinal e ele parou. O Leonardo foi muito atencioso, me perguntou o que eu precisava e me ofereceu uma água gelada. Expliquei para ele a minha dificuldade e ele prontamente se ofereceu para levar os meus alforjes até Aparecida. Trocamos números de celular para que pudéssemos nos encontrar mais tarde e seguimos viagem. Agora, livre do peso, tudo ficou bem mais simples. A decisão foi muito acertada, pois em função da chuva do dia anterior a estrada estava uma lama só e a névoa baixa fazia com que a visibilidade estivesse muito prejudicada.


Após uma descida íngreme, muita lama, um carro atolado na estrada, entre outras dificuldades, passei por Gomeral, já próximo ao pé da serra. Neste trecho algumas partes da estrada são pavimentadas, facilitando o pedal. Chegando a uma encruzilhada, próxima ao Clube de Campo Pedrinhas, tive que decidir entre seguir pela estrada asfaltada no sentido de Guaratinguetá ou pegar uma estrada de terra, 6 km mais curta, em direção à Potim. Apesar da distância ser maior, optei pelo asfalto pois precisava chegar a Aparecida antes das 18 horas, a tempo de pegar o meu Certificado no Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida.

Pedalei em direção a Guaratinguetá e de lá em direção à Potim até atravessar a ponte sobre o Rio Paraíba do Sul, próxima ao Porto Itaguaçu, onde em 1717 os pescadores encontraram a imagem de Nossa Senhora.


Cheguei finalmente ao Santuário Nacional, por volta das 17:50hs, e me dirigi ao Centro de Apoio ao Romeiro, onde recebi o meu Certificado atestando a conclusão da minha peregrinação. Foram 470 quilômetros percorridos em 7 dias por lugares muito bonitos e grandes desafios. Missão Cumprida.
O Santuário Nacional de Nossa Senhora da Conceição Aparecida é maravilhoso. Uma Catedral Basílica imensa no estilo neorromânico e na forma de uma cruz grega. Ele é o segundo maior templo católico do mundo, atrás apenas da Basílica de São Pedro no Vaticano, e o maior Santuário Mariano do mundo.

